quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Matéria publicada na Revista Mente&Cerebro em 05/06/2007


Professores à beira de um ataque de nervos

Estudo analisa as causas do esgotamento que afeta docentes das redes estadual e municipal do Rio de Janeiro

(Agência UERJ) − Jornada de trabalho excessiva, falta de limites do público infanto-juvenil, transferência da educação infantil da família para a sala de aula, baixos salários e precarização do sistema docente são apenas alguns dos problemas que fazem parte da rotina de professores de 1ª a 8ª séries do ensino público brasileiro. Este tipo de rotina pode acabar desencadeando nestes profissionais, reféns do próprio sistema, sérios transtornos psiquícos, entre eles a síndrome de Burnout.O termo "Burnout" é uma composição das palavras da língua inglesa burn (em português queima) e out (exterior). É um desgaste que "vem de fora pra dentro". A pessoa consome-se física e emocionalmente, passando a apresentar um comportamento agressivo e irritadiço. A doença é um tipo de estresse caracterizado por despersonalização, constante sensação de angústia acompanhada de frustração, avaliação negativa de si mesmo, depressão e sentimento de ameaça. Ela se manifesta em indivíduos cuja ocupação exige um contato mais intenso entre o público e o profissional. Segundo Gisele Levy, pesquisadora do Núcleo de Pedagogia Institucional da Faculdade de Educação da Uerj, "a classe docente torna-se mais vulnerável à doença devido às exigentes condições de trabalho que lhes são impostas e ao esgotamento diário que o trabalho provoca".Alguns fatores podem agravar ainda mais a doença. "A falta de infra-estrutura e a situação de violência que se instalou dentro e fora das escolas levam a um esgotamento da saúde mental da classe docente", afirma Levy.O interesse em realizar o estudo com professores de 1ª a 8ª séries também não foi aleatório. Para Gisele, alunos da faixa etária de seis a 14 anos encontram-se em franco desenvolvimento psicológico e físico. "No caso do adolescente, a constante busca pela firmação da personalidade e o receio de uma possível não aceitação por parte dos colegas fazem com que este público muitas vezes assuma comportamentos explosivos, instáveis que, dentro da sala de aula, afetam o trabalho do professor", diz.Cento e dezenove docentes de cinco escolas públicas foram selecionados para o estudo. Da amostra, 71% pertenciam ao gênero feminino, 34% tinham idade entre 31 e 40 anos, 86% se sentiam ameaçados em sala de aula e 54 deles, ou seja, 45% apresentavam a doença. Gisele ressalta que professores mais velhos e com maior experiência conseguem administrar melhor situações adversas, visto que apresentam uma habilidade maior adquirida ao longo do tempo."O distúrbio de Burnout é um mecanismo inconsciente que não se manifesta de forma negativa somente para o professor, mas também para o aluno. A profissão vem apresentando um quadro de desumanização constante e precisa retomar o seu valor", conclui Gisele.

Boas Vindas

Olá para todos aqueles que procuram uma maneira de lidar com essa vida corrida
que todos nós levamos nesse século 21.
Então eu estarei escrevendo aqui notícias e informações relevantes sobre o Stress e o Burnout.
Aguardo voces ...