quarta-feira, 2 de julho de 2008

A Gestão por Competência é uma Grande Aliada no Combate ao Stress Ocupacional

Treinamento para RH e Gestores.

Formação de Analistas para
Implantação de Gestão por Competências
com os Recursos da Própria Empresa


Objetivo:
Capacitar analistas para a implantação de todo o processo de Gestão por Competências com a Metodologia do Inventário Comportamental, abrangendo desde a descrição de função, mapeamento de competências técnicas, comportamentais, a avaliação de competências, avaliação de desempenho, identificação das necessidades de treinamento, remuneração por competências, feedback, seleção e entrevista com foco em competências.

Público Alvo:
RH, Gestores e Consultores.

São Paulo - SP

Data:
21 a 25 de julho de 2008 (5 dias)
Horário:
Das 8h às 17h30 (40 horas)

Local:
INSADI
R. Bela Cintra, 967 - 8º andar - Cj. 81
Ed. Padre Manoel da Nóbrega - Jd. Paulista - São Paulo/SP
Estação Consolação do Metrô (Para ver o mapa, clique aqui)

Inscrições e informações:
Através do telefone (11) 4401-1807 - R. 206 e 207 ou dos e-mails
Cursos@lemeconsultoria.com.br e
Maira@lemeconsultoria.com.br.


Se você tiver alguma questão relativa ao Stress, que ainda não foi respondida, não fique acanhado (a) ...

Pergunte, quem sabe suas dúvidas não serão sanadas ???

Estou esperando por você.

Boa noite ...

O Adolescente e o Stress

Por: Gisele Cristine Tenório de Machado Levy
Mestre Educação UERJ - Psicologa

A adolescência é uma etapa do desenvolvimento humano caracterizada por alterações físicas, psíquicas e sociais. Segundo a Organização Mundial da Saúde, o adolescente é aquele indivíduo que se encontra entre os dez e vinte anos de idade. Já o Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, estabelece no Art. 2º o seguinte: “... Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade...”. Atualmente o conceito mais aceito é o de que não existe adolescência e sim adolescências em função do panorama político e social do momento. Nesse sentido o tema do stress na adolescência vem chamando a atenção dos especialistas. Devido às mudanças drásticas que estão ocorrendo em diversos setores da sociedade, os casos de stress nesta população são quase comparáveis a média registrada entre os adultos.

A adolescência é um dos períodos mais importantes da vida do indivíduo, é nela que a criança se transforma em adulto, delimitando seu potencial psicológico, físico e social. Na evolução da infância para a fase adulta, o indivíduo atravessa muitos estágios, devido ao crescimento acelerado de seu corpo acompanhado pelo funcionamento vigoroso dos sistemas endócrino e nervoso.

Os aspectos físicos da adolescência, como crescimento e maturação sexual, são componentes da puberdade, vivenciados de forma semelhante por todos os indivíduos. Mas no que tange às dimensões psicológicas e sociais, estas são vivenciadas de maneira diferente em cada sociedade, geração e família. E nesse contexto, onde a subjetividade e os aspectos sócio – culturais assumem um caráter significativo, que pode surgir o stress do adolescente. Nesta fase ocorrem pe
ríodos de extrema instabilidade emocional, é o momento em que o novo se faz presente, através do surgimento de um novo corpo, novas idéias, relações e experiências. A busca por uma identidade torna-se questão de honra e para isso é necessário desafiar as autoridades e as regras.

Ciulla (1976) aponta que há 6000 anos atrás um certo sacerdote egípicio já se referia ao comportamento adolescente com um certo pesar, ele escreveu que “...Vivemos numa era de decadência onde os jovens já não respeitam mais os pais. São grosseiros e impacientes...”. Parece que de lá para cá nada mudou, as queixas sobre o comportamento do adolescente são milenares.

Essa fase turbulenta por vezes é caracterizada por crises religiosas, conflitos familiares, principalmente no que se refere às questões relacionadas à imposição de limites, agressividade, introspecção e dificuldades sexuais.

A presença do stress na adolescência é capaz de intensificar este quadro, Arnett (1999) considera que apesar de que nem todo adolescente tem stress, a probabilidade de desenvolvê-lo é maior na adolescência do que em qualquer outra faixa etária, dependendo da cultura e de diferenças individuais existentes (CALAIS ET AL 2003).

Nesse período existe uma predisposição ao desenvolvimento de quadros patológicos e fatores ambientais desfavoráveis podem ser responsáveis por desencadear alguns desses processos, manifestados por estados depressivos, fobias, comportamentos obsessivos – compulsivos, consumo de bebidas alcoólicas e drogas.

O` Gata (2004) afirma que a modernidade trouxe muitos benefícios e avanços para a sociedade, mas junto com eles, vieram uma série de pressões, vida acelerada, tensão constante, desafios, competições e a violência. Não é de hoje que a adolescência é reconhecida por ser caótica, rebelde e inovadora, porém é necessário considerar que ao fazer parte de uma sociedade que esta em constante transformação, todos os seus integrantes, inclusive os adolescentes, sofrem com as conseqüências desse estado.

As mudanças drásticas que vem ocorrendo em diversos setores, valores éticos, econômicos e políticos, e o crescente fenômeno da globalização, que se alastra através do mundo todo, têm um papel determinante na evolução do stress entre todos os indivíduos, inclusive dos adolescentes.

A organização mundial de Saúde alerta que as doenças neuropsiquiátricas atingem uma a cada quatro pessoas em todo o mundo, chegando a 40% se forem incluídos os distúrbios ligados ao stress. Além disso, de cada dez adolescentes, estima-se, três são vítimas do stress. É quase a média registrada entre os adultos – 50%.

Apesar desses dados alarmantes, poucos estudos têm se dedicado à investigação do stress no adolescente. Mulatu (1995) em uma pesquisa com crianças de 6 a 11 anos da Etiópia, pesquisou 317 meninas e 294 meninos, para verificar a prevalência de fatores psicopatológicos nessas crianças, gerada pela situação de carência vivida pelo país. O estudo revelou que, em ambas as amostras, existiam problemas como: agressividade, incomunicabilidade, ansiedade, depressão, hiperatividade, imaturidade e delinqüência. A presença dos sintomas de stress foi verificada em 21,45% dos meninos e 25,17% das meninas.

Dessa forma, considerando-se que a adolescência se constitui em uma população suscetível e influenciável às estimulações externas psicossociais, conhecer como o stress se manifesta neste grupo é de fundamental importância para os próprios adolescentes, pais e professores.


Fatores contribuintes para o stress do adolescente

A palavra stress foi empregada inicialmente pela física, para traduzir o grau de deformidade sofrido por um material quando submetido a um esforço ou tensão. O médico endocrinologista Hans Selye (1936) transpôs este termo para a medicina e biologia, definindo o stress como síndrome de adaptação.

Segundo a definição de Lipp (2004), o stress é uma reação normal do organismo e indispensável para a sobrevivência, caracterizando-se por ser um processo complexo, com componentes psicobioquímicos e que tem seu mecanismo desencadeado em resposta a uma necessidade significativa de adequação, frente a um estímulo estressor. Em doses moderadas fornece motivação e o aumento da produtividade, mas em doses excessivas resulta em destruição e desequilíbrio orgânico, prejudicando a qualidade de vida, atingindo as áreas social, da saúde e profissional.

De um modo geral, para que ocorra uma situação de stress é necessária à influência não apenas de um único fator, mas de vários fatores. Estes irão se constituir numa fonte de pressão que levará a angústia do indivíduo e do sistema que o cerca (família, grupo de amigos e escola), desencadeando um estado crescente de tensão e desequilíbrio.

As circunstâncias que contribuem para o desenvolvimento do stress nos adolescentes podemos sem classificadas em dois tipos, os fatores externos e internos. Os fatores externos são aqueles relativos ao meio social em que vivo o indivíduo, são eles, exigências familiares, grupos de amigos, excesso de responsabilidades, exames escolares, escolha profissional, violência, padrões rígidos de beleza, entre outros.

Quanto aos fatores internos, são aqueles que se referem às características pessoais de cada um, como a vulnerabilidade biológica e psicológica, representada por certa predisposição a depressão, perfeccionismo e senso de responsabilidade exagerados e baixa auto–estima.

É importante lembrar que relatos de agitação, euforia, insatisfação, queixas constantes, presença do sentimento de falta de compreensão e um desconforto com as mudanças que estão ocorrendo com o próprio corpo, são comuns nesta fase da vida, não representando necessariamente um sintoma patológico. Porém é preciso cautela ao banalizá-los.

Quando o adolescente começa a apresentar determinados comportamentos, que de uma forma ou de outra estão afetando negativamente suas relações cotidianas é preciso averiguar. Se com relação ao grupo de amigos, ele preferir ficar sempre sozinho no computador, ao invés de sair para encontrá-los, na escola, ficando muito isolado, envolvido em confusões e apresentando baixo rendimento escolar, e na família, evitando de toda o contato com os pais, é preciso investigar a possibilidade de ele estar apresentado um quadro de stress.


Sinais do stress no adolescente

Um dos principais sintomas observados nos consultórios dos especialistas é a presença constante do quadro de insônia. Este fenômeno gera inquietação por que nesta fase do desenvolvimento, o funcionamento fisiológico e psicológico de seu corpo é muito intenso, por este motivo, o adolescente apresenta muita necessidade de sono para poder recarregar suas baterias para o dia seguinte. Além da insônia outros sintomas podem ser observados, tais como:

* Desânimo,
* Impaciência,
* Dores de cabeça,
* Falta de concentração,
* Cansaço excessivo ou entusiasmo exagerado e repentino,
* Uso de drogas
* Isolamento social.

Há solução para o stress?

Não existe uma receita infalível, principalmente no que se refere ao adolescente, mas alguns passos podem ser adotados como medidas de preventivas ou de enfrentamento dependendo do caso.

* Alimentação saudável.
* Atividades físicas e em grupo.
* Controlar o uso do computador, estipulando um tempo para seu uso.
* Sempre que possível o adolescente deve estar ao ar livre, em contato com a natureza.
* Ter um espaço junto aos pais, escola ou amigos, onde o adolescente possa se sentir seguro para expor seus medos e angústias.
* Aprender técnicas de relaxamento.
* Evitar o uso de medicamentos, álcool ou outro tipo de drogas, tais recursos podem mascarar o stress, e não irão auxiliar no tratamento do problema. No caso do stress já estar instalada é recomendado procurar um especialista, psicólogo ou psiquiatra, para uma avaliação e se necessário um acompanhamento psicológico.


Considerações finais

A adolescência é uma fase de rara beleza, nela tudo floresce, o corpo, as possibilidades intelectuais, o sexo e a vida nessa etapa é experimentada de forma urgente e intensa. Mas não nos esqueçamos que em pleno séc. XXI, este indivíduo é arrebatado por centenas de conceitos, modismos, crises econômicas e tudo mais, pois é um cidadão do mundo e como tal sofre todas as desventuras advindas desta realidade. Portanto, nada mais justo que oferecer a esses futuros adultos suficientes condições para que possam usufruir de um estilo de vida produtivo. E para isso uma das opções é que pais, educadores e o próprio adolescente, tenham conhecimento sobre as questões pertinentes ao stress, suas causas, sintomas e possíveis soluções. Dessa forma estaremos trabalhando juntos para que ele possa seguir em frente em condições de usufruir de forma criativa e inovadora sua bela jornada de vida.


Referências bibliográficas

CALAIS, S.; ANDRADE, L.B. e LIPP, M. E. N. ( 2003). Diferenças de sexo e escolaridade na manifestação de stress em adultos jovens. Psicologia: Reflexão e Critica, vol.16, no.2. RS, Porto Alegre.
CIULLA, L. (1976). SAÚDE MENTAL: nas etapas da vida. RS, Porto Alegre: Movimento.Estatuto da Criança e do Adolescente. Lei 8.069/90 – Apresentado por Sírio Darlan (Juiz da 1ª.). Vara da Infância e da Juventudo. Rio de Janeiro: DP&A, 4ª. Ed, 2002.
GATA, A O. (2004). Prefácio. In: LIPP, M. E. N. (org.). O STRESS NO BRASIL: Pesquisas avançadas. Campinas, SP: Papirus.
PEREIRA, A. I. (2005). Stress escolar percebido pelo aluno. Revista Bienal, Ed. 7.
ZAGURY, T. (2000) Limites sem trauma. RJ, Rio de Janeiro: Record.

O Stress também vai ao Maracanâ





Caros leitores, hoje dia de decisão no Maracanã nos vemos mais uma vez envolvidos pela emoção nacional que é o FUTEBOL.

Que beleza aquela torcida gritando e vibrando, na imensidão do Maracanã, por causa de uma simples bola ..

Nós, reles mortais, acabamos nós envonveldo pelo encanto deste espetáculo de força, fé e energia !!!!

Apesar do belo discurso, não podemos nos esquecer que o " virus " do stress também gosta de futebol ...


Pesquisa levanta fatores de stress em jogadores de futebol
05/04/2005

Por Eduardo Chianca, da Ascom/UFPE

Deixar escorregar para dentro do gol uma bola chutada numa falta — o vergonhoso frango — pode deixar um goleiro de futebol extremamente estressado. É o que conclui uma pesquisa realizada por Nairton Sakur de Azevedo e Antonio Roberto Rocha Santos, do Laboratório de Psicologia do Esporte (LabPsE) da Universidade Federal de Pernambuco. O estudo, intitulado de “O estresse psicológico no futebol de campo: um estudo por posição com atletas do gênero masculino, da cidade do Recife”, foi feito em três times juniores (15 a 21 anos) de futebol de campo (Náutico, Sport e Santa Cruz), analisados em cada posição.

“Os fatores de estresse são diferentes em função da posição de cada jogador”, explica o professor Santos. “O apoio psicológico tem que existir, atendendo os aspectos de cada função do atleta, uma abordagem só não consegue contemplar todas as necessidades dos jogadores”, completa. “A pesquisa foi realizada com o intuito de propiciar aos treinadores uma oportunidade para a preparação psicológica de seus atletas”, explica Azevedo.

Mas antes de ir além, o que é afinal estresse? “Estresse quer dizer estímulo, pode ser físico, bioquímico, psicológico”, esclarece Azevedo. Nessa pesquisa, foram observados níveis elevados de estresse psicológico em ainda jovens jogadores. Por exemplo, o atacante se sente aborrecido quando não tem nenhum apoio dos companheiros de seu time, e quando está numa posição ótima para fazer o gol, mas os companheiros não o passam a bola. “A bola não chega para ele, há uma exigência para que ele realize o gol, e se essa situação vai o deixando cada vez mais estressado”, comenta.

Já o zagueiro se estressa quando ele acha que o atacante está impedido e não reage, mas o juiz não apita o impedimento e o atacante cria uma situação perigosa de gol. E também quando os companheiros, de meio-campo, não entendem suas jogadas. Para o lateral, é quando o treinador o critica por não estar apoiando as jogadas de ataque e quando perde um gol numa situação fácil. O meio-campista “esquenta a cabeça” após um contra-ataque rápido do time dele e perde a boa chance de gol. Também quando tem problemas de condicionamento físico já no final do jogo. “O jogador de meio-campo tem de correr muito, normalmente faz uma ligação entre ataque e defesa, então tem que se esforçar muito”, completa Azevedo.

Os resultados apontados no estudo voltam para as equipes e servem para os psicólogos e também para os próprios jogadores identificarem quais os fatores e situações que geram um nível de estresse elevado e como eles podem trabalhar isso. Servem também de informação para o técnico e preparador físico, para que em alguns momentos eles saibam como dar apoio aos jogadores. Apesar da importância do apoio psicológico e da relevância dos resultados dessa pesquisa, existam poucos psicólogos trabalhando no contexto do esporte, “não porque não haja psicólogos com boa formação, mas os clubes ainda não se sensibilizaram para essa realidade. Focam muito o treinamento em aspectos técnicos e táticos, e na preparação física. Depois sempre atribuem os maus resultados a fatores psicológicos, mas não cuidam desses fatores”, afirma com bom humor professor Azevedo. “O técnico pode dar algum apoio psicológico, mas não só o técnico, muitas vezes é necessário um profissional da área”, complementa. Em outros esportes, há profissionais fazendo um bom trabalhando como no hipismo, no basquete, no handebol e no tiro esportivo.

ERROS - O professor Antonio Santos e a psicóloga Carla Lopes, da Seleção Brasileira de Tiro Esportivo, finalizaram um estudo com os árbitros de futebol profissional de Pernambuco e também seus assistentes, os “bandeirinhas”. O fator causador de maior nível de estresse psicológico é cometer erros sucessivos, “isso tem um efeito negativo sobre o estado do árbitro”, aponta professor Santos.

Outra situação que provoca um estímulo, nesse caso uma ativação positiva, é quando ele é escalado para “apitar” partidas decisivas. “Apesar de toda possibilidade de erro que existe em qualquer situação, o juiz se sente estimulado a enfrentá-la”, completa. O juiz ainda fica estressado quando está doente ou com má preparação física. Para o bandeirinha, cometer erros sucessivos acarreta um impacto muito negativo, porque o árbitro pode não aceitar mais suas indicações. “O assistente levanta a bandeira indicando o impedimento, e o árbitro diz: — continua o jogo”.

“O árbitro é uma figura esquecida. Ninguém pensa em preparação psicológica para ele. É uma pressão muito grande da torcida, dos dirigentes, da imprensa e também da sua própria federação. Quando a gente identifica esses fatores psicológicos, a gente pode oferecer para eles alguma preparação, por exemplo, quando se comete um erro, como se refazer para que ele comece a acontecer erros sucessivos”, explica o professor.

Fonte: Núcleo de Educação Física e Desportos
(81) 2126.8506
Pesquisadores
-Nairton Sakur é professor do departamento de Educação Física.
-Antonio Santos é professor de Educação Física, psicólogo e coordenador do Laboratório de Psicologia do Esporte.
arrsantos@uol.com.br

Como se exercita o autocontrole emocional?

Confira como foi o bate-papo online entre a psicóloga Ana Maria Rossi e os leitores de VOCÊ S/A



A psicóloga gaúcha Ana Maria Rossi é presidente no Brasil da International Stress Management Association. Doutora pela Universidade de Nebraska, nos Estados Unidos, ela estuda as causas de estresse e depressão em executivos há 30 anos. Na terça-feira, dia 17, a psicóloga participou do bate-papo online de VOCÊ S/A. Durante uma hora, Ana respondeu às perguntas dos leitores. Confira.

Vivo sob constante pressão e não estou conseguindo fazer nada além de pensar em meu trabalho, você sugere alguma terapia?

Dra. Ana Maria Rossi - A tendência no mercado de trabalho é que as pressões e as demandas aumentem cada vez mais. É responsabilidade de cada um de nós estabelecer limites que nos possibilitem preservar a saúde e nossa qualidade de vida. A necessidade de terapia dependerá do grau de disfunção que experiencias no momento. Sugiro que consideres fazer alguma atividade física regularmente e incluas na tua rotina alguma técnica de relaxamento como a meditação, yoga, etc.

Como identificar problemas de saúde relacionados ao stress. Existem problemas mais comuns, por exemplo? E que tipo de especialista devo procurar neste caso?

Dra. Ana Maria Rossi - Os problemas de saúde podem se manifestar através de sintomas físicos, emocionais e comportamentais. Entre os sintomas físicos, os mais freqüentes são: as dores musculares, incluindo dor de cabeça, taquicardia, hipertensão arterial e problemas gastrintestinais. Sintomas emocionais: angústia, depressão, ansiedade, preocupação e insônia. Comportamentais: agressividade/passividade, distúrbios alimentares e mudanças na libido.

Como um profissional que está em depressão pode ser considerado bom no que faz, se a doença afeta seu desempenho?

Dra. Ana Maria Rossi - Sem dúvida, a depressão não apenas afeta o desempenho como a qualidade do sono, o nível de energia, o apetite, a libido, enfim, afeta a vida da pessoa como um todo.

Por que essa questão do stress e trabalho se tornou tão comum?

Dra. Ana Maria Rossi - Realmente, se tornou tão comum que está tendendo para o trivial. Mas, não há dúvida de que o impacto do stress na saúde e na qualidade de vida da pessoa podem ser um estímulo e motivá-la a atingir seus objetivos como pode gerar situações devastadoras.

Como lidar com o stress que caminha para a depressão, se não for possível eliminar a causa? Como conviver com ela?

Dra. Ana Maria Rossi - O importante é que a pessoa possa exercitar autocontrole lembrando que se não tiver controle para mudar a situação, pode sempre controlar a maneira como reage fisiologica e emocionalmente à situação. A depressão está entre os sintomas emocionais mais freqüentes assim como os distúrbios de ansiedade.

Sou bacharel em direito, formado há dois anos e tenho desde essa época estudado pra concursos. Às vezes tenho muito sono e não tenho vontade de estudar. Já li sobre o assunto e gostaria de saber se isso é um sinal de depressão ou stress?

Dra. Ana Maria Rossi - Os distúrbios de sono (muito ou pouco), e a sonolência podem ser sintomas de stress, assim como de alguns distúrbios emocionais, inclusive a depressão. No entanto, pode também sinalizar falta de motivação e tédio.

Qual sugestão a sra. me daria entao? Gosto muito do direito, mas quando estudo tenho a sensação de que não estou assimilando nada e de que não chegarei a lugar nenhum?

Dra. Ana Maria Rossi - Talvez o fato de estares estudando a tanto tempo já tenha se tornado uma rotina e não apresente o desafio que precisamos para ativar a nossa concentração e o nosso interesse. Sugiro que avalies o horário que estás estudando, a alimentação que consomes antes de estudar e as atividades que te envolves antes. Também, verifica se o ambiente é bem arejado, limpo e bem iluminado para que tenhas as condições mais propícias ao estudo.

Como se exercita o autocontrole emocional?

Dra. Ana Maria Rossi - O autocontrole se exercita através do autoconhecimento (a pessoa conhecer seus limites e suas potencialidades) e da disciplina mental para que ela tenha o poder de focalizar sua atenção naquilo que ela deseja e que não se torne uma escrava dos seus próprios pensamentos. O autocontrole requer prática regular e principalmente quando a pessoa estiver se sentindo emocionalmente estável. Este é o momento ideal para ela treinar.

Ter um elevado grau de autoconhecimento nem sempre ajuda a combater o stress/depressão, né? Pode acontecer que a ansiedade seja maior ainda por ter consciência das limitações?

Dra. Ana Maria Rossi - Certamente, o autoconhecimento é importante mas não é suficiente. Uma vez que a pessoa identifique algum sintoma ou problema e não se sinta apta para lidar adequadamente com ele, ela pode ficar ainda mais estressada e ansiosa. O ideal é que o autoconhecimento motive a pessoa a buscar técnicas eficientes para controlar as suas emoções.

Trabalho por conta própria e tirar férias é quase impossível. Nesses casos, tirar férias em semanas resolve ?

Dra. Ana Maria Rossi - As férias curtas e freqüentes atualmente são consideradas pelas pesquisas de stress como a forma ideal de recarregar a bateria sem todo o acúmulo de stress inevitável quando se tira férias longas.

Dra Ana, depois que ja entramos em um quadro depressivo digamos ativado pelo stress, é possível reverter?

Dra. Ana Maria Rossi - Depende do nível da depressão. Se a pessoa sofrer de depressão profunda que a torne disfuncional para suas atividades cotidianas, ela possivelmente necessitará de tratamento medicamentoso e terapia.

Eu tenho uma forte tendência à procastinação, mas venho lutando contra ela. Alguma dica?

Dra. Ana Maria Rossi - A procastinação normalmente ocorre quando a pessoa tem uma baixa tolerância à crítica, se sente insegura em relação à sua qualificação para executar a tarefa ou está sobrecarregada. Além dessas situações, é claro que tem aquelas pessoas que estão condicionadas a ir empurrando as coisas com a barriga.

Que tipos de praticas podem desenvolver o autocontrole?

Dra. Ana Maria Rossi - A disciplina mental é a condição mais importante para a prática do autocontrole. Ela pode ser exercitada através de técnicas de relaxamento e de meditação.

Em relação a enfrentar as emoções e/ou pensamentos destrutivos, geralmente, o que é melhor: Tentar esqueçê-los ou encarar de frente?

Dra. Ana Maria Rossi - Depende da importância do evento e se a pessoa se sente apta a lidar com ele. Se a pessoa não tiver controle sobre a situação, é melhor virar a página. Se ela tiver controle, mas não se sentir qualificada no momento para enfrentá-la, deve procurar ajuda. Se ela estiver apta a lidar com a situação, é melhor que lide com ela para não ficar bloqueando sua energia.

Às vezes os tratamentos nos deixam muito apáticos, eu mesma ja abandonei alguns. Acho que a medicacão faz com que deixemos de pensar, não?

Dra. Ana Maria Rossi - Alguns medicamentos podem interferir com a atividade cognitiva da pessoa. No entanto, se ela estiver num processo de depressão profunda ou sofrendo de uma ansiedade muito elevada, talvez seja o mais indicado até que a pessoa possa se estabilizar emocionalmente. Quanto às terapias, há inúmeras modalidades. Talvez possas buscar diferentes alternativas (cognitiva, comportamental) até achares a que melhor atende as tuas necessidades.

Dra. montei a minha empresa e estou trabalhando muito, inclusive aos finais de semana. Isto tem me causado muito cansaço e stress. Ando constantemente com os nervos à flor da pele. O que devo fazer?

Dra. Ana Maria Rossi - Lamentavelmente, varinha de condão só existe na nossa fantasia. É importante seres realista a respeito das tuas limitações e ter a disciplina mental para ouvir o teu corpo. Freqüentemente, o excesso de trabalho diminui a qualidade e o nível de produtividade da pessoa. Sugiro que avalies o teu estilo de vida e procures aprimorá-lo para que te sintas mais preparada para lidar com as pressões que enfrentas nesse momento.

Também trabalho de domingo a domingo, e muitas vezes parece que tenho que carregar o mundo nas costas e não tenho como fugir. Às vezes isto me dá uma certa inércia...

Dra. Ana Maria Rossi - Sugiro que visites o site da ISMA-BR (International Stress Management Association no Brasil), www.ismabrasil.com.br, link dicas de leitura. No site, encontrarás também um teste para medir o teu nível de stress e um link de perguntas mais frequentes que são enviadas pelos internautas.

Qual o melhor exercício para relaxar? Existe algum que você recomede?

Dra. Ana Maria Rossi - Não fomos feitos para estar constantemente ligados. A excelência pessoal é fruto do equilíbrio entre o físico, o mental e o emocional. O melhor exercício para relaxar é sem qualquer dúvida a prática da respiração abdominal. Esta é a maneira mais eficiente para controlar as emoções e destensionar o corpo. Inspira sempre que for possível pelo nariz para purificar o ar e imagina que estás inflando um balão no abdomen. Expira pausadamente pelo nariz ou pela boca esvaziando o balão. Pratica o relaxamento principalmente quando estiveres te sentindo bem.


FONTE: http://vocesa.abril.com.br/aberto/vocebeminformado