quarta-feira, 26 de novembro de 2008

CRISE ECONÔMICA E AGORA ?


O desenvolvimento tecnológico gera profundas alterações na economia mundial. Uma delas que podemos presenciar em nosso dia a dia, é que perdem valor as coisas tangíveis e passam a ser valorizadas as intangíveis. As máquinas, matéria prima, prédios e outros bens convencionais estão sendo substituídas pelas células, fibras óticas, automatização, programas de computação, engenharia genética, isto só para citar alguns desenvolvimentos tecnológicos que geraram uma verdadeira mutação econômica e social. As empresas com dificuldade de adaptação ao novo modelo econômico são candidatas naturais, a enfrentar graves crises com perspectivas sombrias de seu futuro. Temos agora os Estados Unidos como pivô de mais uma crise mundial. E neste momento difícil da economia norte americana surge à aposta em um líder carismático, valorizando a ideologia capitalista e democrática como sendo a alternativa para sair da crise criada por esta própria ideologia. A proposta esta sustentada no afetivo e emocional das pessoas, mais particularmente dos norte americanos, destacando a vontade e o nacionalismo como vetor fundamental para superação da crise. Deixa de ser um problema inteiramente econômico social e assume características emocionais, que envolve a nação num desejo de “nós podemos ser melhores”.
Mais do que um pacote econômico, com congelamento de preços ou alternativas terceiro mundistas, destaca-se uma idéia apresentada na força dos ideais norte americanos. Estamos diante de um exemplo clássico da valorização das idéias, da não matéria em detrimento da concretude de uma proposta puramente econômica. É uma alternativa de sair da crise em conformidade com a mega tendência de valorização do conceito de não matéria. Apenas alguns pequenos exemplos para reforçar esta mega tendência: o meu avô se barbeava utilizando uma navalha, meu pai utilizava uma lâmina de barbear inventada por Gillette e hoje eu uso aparelhos descartáveis de barbear. Uma busca pela não matéria. Como professor universitário eu vejo os alunos com sues note books dispensando as apostilas e livros. Temos as máquinas fotográficas descartáveis. Hoje a grande maioria dos hotéis não possui chaves para os quartos e sim cartões magnéticos. Podemos preencher mais algumas folhas com exemplos de não matéria sendo o valor principal de nosso século.
As organizações que acompanham as mega tendências, estão conscientes que o seu valor não se mede mais em termos de seu patrimônio físico, seja ele constituído de dinheiro, prédios, máquinas, terras ou outros mais. Hoje uma empresa valerá mais do que outra em termos de comparações que envolvem a não matéria, ou seja, em relação à capacidade intelectual de seus recursos humanos. Estes são valores que não se sabe como contabilizá-los. O capital financeiro, recurso estratégico da sociedade industrial, é substituído, na sociedade informatizada, pelo capital humano. Isto requer uma nova concepção por parte das organizações, mais fluída, flexível e principalmente ágil no aproveitamento do tempo e adaptação às mudanças. No atual quadro econômico, a adoção desta nova concepção é uma questão de sobrevivência. Não só para as grandes empresas, mas também para as pequenas organizações. Portanto precisamos aprender a investir na capacitação e intelectualização do capital humano. Pois ele é, com certeza, o principal recurso para sobreviver em tempos de crise. As pessoas na organização devem ser capazes de fazer julgamentos, adotar decisões em vez de executarem mecanicamente ordens transmitidas. Mesmo porque as empresas precisam superar as barreiras da comunicação e incentivar a inovação. Em tempos de crise a educação é o fator decisivo da sobrevivência de uma empresa, pois os recursos financeiros e concretos de uma organização são finitos, mas nós sabemos que a informação e a aprendizagem são infinitas. O que as pessoas podem dentro de suas habilidades surpreenderá qualquer expectativa, desde que ela tenha o devido preparo técnico, pessoal e motivacional. O empresário que corta custos de treinamento em tempos de crise, esta na contramão das mega tendências e terá o seu negócio ameaçado a cada crise. Mais uma vez os Estados Unidos utilizam sua potencia ideológica, em busca de alternativas da superação de sua crise econômica. Copiamos muitas coisas dos norte americanos, que possamos aprender algumas lições de como enfrentar problemas econômicos utilizando o capital intelectual.

FONTE: José Fabiano Ferraz

http://anatomiadasaude.blogspot.com/2008/11/mais-uma-crise-mundial-e-agora.html

Crise econômica provoca stress

Insónias, dores de cabeça, palpitações e dores no peito são alguns dos sintomas que cada vez mais portugueses estão a apresentar nos consultórios médicos, associados à crise económica, o que preocupa os cardiologistas.

O presidente da Fundação Portuguesa de Cardiologia (FPC), Manuel Carrageta, tem acompanhado a crise económica mundial, e em especial a que se vive em Portugal, através dos seus doentes.

Nos últimos meses, as pessoas têm acusado sintomas de risco para o coração que o médico atribui às dificuldades financeiras por que estão a passar.


Factores de risco


Cefaleias (dores de cabeça persistentes), insónias e dores no peito são alguns dos sintomas que muitos doentes têm apresentado nos consultórios e que «estão associados a estes últimos tempos de crise», disse Manuel Carrageta.

Para o presidente da Fundação Portuguesa de Cardiologia, estas são alturas em que os riscos, já grandes, se tornam ainda maiores porque «as pessoas têm tendência para praticar hábitos pouco saudáveis e muito pouco amigos do coração, como comer comida muito doce ou salgada, fumar e beber álcool em excesso».

Por esta razão, os cardiologistas recomendam hábitos de vida saudáveis, uma dieta equilibrada e prática de desporto. Exercícios de relaxamento e de respiração são algumas das receitas para estes tempos de crise.

Contudo, e nos casos em que os doentes já apresentam problemas de coração, a receita passa por intensificar a terapêutica.

Ao elevado número de casos de diabetes, colesterol elevado, hipertensão e obesidade, a crise económica junta-se agora aos factores de risco dos acidentes cardiovasculares, que matam anualmente 40 mil portugueses.


Manuel Carrageta contou à Lusa que já acompanhou casos de pessoas que «perderam tudo».

Algumas tinham as poupanças de uma vida no banco Lehman Brothers, que faliu recentemente.

Outras foram surpreendidas com os efeitos da crise em aplicações que tinham e que desconheciam estarem ligadas à bolsa, e por isso perderam muito dinheiro.

Manuel Carrageta também seguiu casos de pessoas que perderam o emprego, por pertencerem a quadros de empresas norte-americanas que simplesmente fecharam as portas de um dia para o outro.

O "monstro" que mata

No meio desta crise, o organismo sente-se em perigo e começa a funcionar como se estivesse ameaçado por um monstro, libertando hormonas que desde sempre permitiram ao homem fugir e lutar.

O homem sempre dispôs deste mecanismo, que permitia na pré-história fugir dos animais ou ter mais força para combater estes e outros inimigos, segundo Manuel Carrageta.

As hormonas que se libertam em situações de grande stress e de medo levam a que o sangue seja orientado para os braços (para fomentar a luta) e para as pernas (permitindo a fuga).

Como o homem não pode fugir do “monstro” da crise, mas o sangue é na mesma orientado para estes membros, dá-se uma grande sobrecarga do coração, pois sobe a tensão arterial e é maior a frequência cardíaca, o que aumenta os riscos de um ataque cardíaco.

No fundo, pormenorizou, é o próprio organismo que, ao accionar este mecanismo de defesa, se agride a si próprio, ameaçando o coração.

FONTE: http://quiosque.aeiou.pt/gen.pl?mode=thread&fokey=ae.stories/12396&va=822298&p=stories&op=view