sexta-feira, 31 de julho de 2009

BURNOUT: A lógica neoliberal e a saúde docente

Por: Gisele Levy

Os fatores que contribuem para o desenvolvimento do Burnout entre os professores compreendem desde as suas características individuais, a forma pela qual este profissional se envolve em seu ambiente de trabalho, os baixos salários, a ausência de recursos materiais, a sobrecarga e a falta de reconhecimento profissional.

O surgimento desses fatores se deve, dentre outros aspectos, às modificações sofridas pelas relações estabelecidas entre o trabalho e o homem. O trabalho, considerado uma atividade criadora e de transformação, é capaz de modificar o mundo e o homem que o executa. Nessa interação, o homem age sobre a natureza na expectativa de adaptá-la às suas necessidades, tornando o trabalho um elemento essencial a sua vida. No entanto, tal intercâmbio vem causando danos irremediáveis a saúde do trabalhador, sob a forma de tensão e conseqüente desenvolvimento de doenças.

A influência da lógica neoliberal nas relações de trabalho e seus desdobramentos são fatores decisivos para o crescente processo de adoecimento do professor. Ao perpetuar e reativar novos padrões de produção, o aparelho neoliberal, impôs à educação, um caráter mercadológico, caracterizado pela instauração de políticas educacionais que objetivam, primordialmente, a geração de trabalho, deixando de lado seu caráter sócio - político.

Portanto, a subordinação da educação aos interesses do capital, descaracterizou-a, trazendo sérios prejuízos ao profissional de educação. O trabalho docente tornou-se fragmentado, acabando por adquirir inesperados contornos, onde diferentes formas de exploração foram introduzidas afetando sua consciência de classe, organização, valores e saúde física e mental.