sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Síndrome de Burnout : adoecimento docente
Gisele Cristine Tenório de M. Levy *
O objetivo deste artigo é apresentar infor-mações relevantes a respeito da síndrome de Burnout e sua incidência sobre os profssionais de educação. A importância desse tema se deve ao número cada vez maior de casos da síndrome entre essa categoria profssional, que devido a sua rotina de trabalho, se deparam com diversos estressores, alguns relacionados à natureza de suas funções, outros ao contexto institucional e social. Segundo dados oferecidos pela Confederação Nacional de Trabalhadores em Educação, através da sua página na internet, a síndrome foi detectada como a terceira maior causa de afastamento de profssionais de educação dos postos de trabalho em 2009.

DEFINIÇÃO
A palavra Burnout origina-se do inglês to burn out, que signifca queimar-se, de dentro para fora. Os profssionais ao serem acometidos por essa síndrome apresentam um sentimento crescente de desgaste, tanto de ordem física quanto emocional, acompanhados pela sensação de ex-trema baixa autoestima que irá infuenciar sobremaneira sua vida profssional e pessoal.
A síndrome de Burnout foi descrita nos Estados Unidos, pelo psiquiatra Herbert Freudemberg em 1974 a partir da observação de desgaste no humor e na motivação de1 pro-fssionais de saúde com os quais trabalhava. Foi ele quem pri-meiro designou a síndrome de Staff – Burnout. Anteriormente, outros termos, como alta exigência, astenia neurocirculatória e fadiga industrial, também foram relacionados a ela. Devido a sua associação ao ambiente laboral, o Burnout também pode ser denominado por desgaste profssional, síndrome do queimado ou síndrome do estresse do trabalho assistencial. A defnição mais usual do Burnout está baseada na pers-pectiva sociopsicológica de Christina Maslach (1986). A autora descreve a síndrome como o resultado de um processo de estresse laboral crônico, que resulta no desenvolvimento de um comportamento que se caracteriza, pela frieza e indife-rença no trato com (aluno/cliente/usuário) e, mais à frente, a todas as esferas associadas à vida desse profssional. Conforme a referida perspectiva, variáveis socioambien-tais são determinantes para o desenvolvimento da síndrome, que pode ser avaliada a partir de três dimensões: Exaustão Emocional, Despersonalização e Baixa realização pessoal. – Exaustão Emocional (sentimentos de desgaste emo-cional e esvaziamento afetivo);
– Despersonalização (reação negativa, insensibilidade ou afastamento excessivo do público que deveria receber os serviços ou cuidados do paciente);
– Falta realização pessoal no trabalho (sentimento de diminuição de competência e de sucesso no trabalho).
Alémda perspectiva sociopsicológica, a Síndrome de Burnout ainda pode ser elucidada pormeio de outras três concepções. São elas: clínica, organizacional e sócio-histórica. A perspectiva clínica é defendida por Freudenberger (1974), que sugere que o Burnout representa um estado de exaustão, resultado de um trabalho exaustivo que contribui para que o profssional deixe de lado as suas necessidades pessoais. Cherniss (1980) adota um ponto de vista organizacional e explica que os sintomas que compõem o Burnout são respostas a uma demanda de trabalho estressante, frustrante emonótona. E, por fm, na perspectiva sócio-histórica, defendida por Sarason (1983), pondera-se que, pelo fato de as condições sociais não canalizarem os interesses de uma pessoa para ajudar outra, torna-se difícil manter o comprometimento de servir aos demais no trabalho.Na etimologia da palavra brincar, encontramos a ideia de entreter-se. Ao brincar, criamos a possi-bilidade de interagir com o outro e consigo mesmo, uma vez que colocamos em prática ideias e ações que no exercício da fantasia abrem espaço para novas descobertas.
SINTOMAS
Quanto ao diagnóstico da Síndrome de Burnout, Guimarães e Cardoso (1999 apud CORNNELL, 1982) propõem um con-junto de sintomas, que são: físicos, de conduta e psicológicos. Sintomas físicos são similares aos do estresse ocupacional, caracterizando-se por fadiga, sensação de exaustão, indife-rença ou frieza, impressão de baixo rendimento profssional, frequentes dores de cabeça, distúrbios gastrointestinais, insônia e difculdades respiratórias.
Sintomas de conduta se evidenciam sob a forma de certas alterações no comportamento que, usualmente, afetam os cole-gas, alunos e inclusive os próprios familiares.
Já os sintomas psicológicos se manifestam por meio de mu-danças de comportamento, tais como: sentimento de impotência diante de situações da rotina de trabalho, agressividade, falta de atenção, aumento do absenteísmo, sentimento de responsabili-dade exagerado, pouco entusiasmo, consumo de álcool e drogas como formademinimizar os efeitos do cansaçoedoesgotamento.
INCIDÊNCIA
A incidência do Burnout é predominante entre os profssio-nais que atuam em atividades assistenciais, onde a prestação de serviço e o contato interpessoal são muito intensos. As profssões comumente afetadas são: enfermagem, medicina,
Conselho Editorial
Julio Cesar da Costa Ednaldo Carvalho Silva
Jornalismo
Antônia Lúcia Figueiredo ( M.T. RJ 22685JP )
Colaboração
Claudia Sanches, Sandra Martins, Tony Carvalho e Marcela Figueiredo
Fotografia
Marcelo Ávila e Tony Carvalho
Design Gráfico
Luiz Cláudio de Oliveira Neudon de Albuquerque Cerqueira Neto
Revisão
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Periodicidade e tiragem
Bimestral – 68.000 ( sessenta e sete mil )
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